segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Mitologia Grega para o Desenvolvimento Pessoal

Meus queridos todos,

Quero compartilhar!
Espero que este seja o primeiro de muitos Workshops que eu possa dar até mesmo em outros estados.
Fiz 76 laminas e fiquei Feliz! Abastecida de Mitologia Grega.
Agora é só levar e aprender nas trocas com as pessoas do curso!
Beijo
Ray

Coexistência Humana e Empresarial


Coexistência


“Nossa missão deve ser a de ampliar o nosso círculo da solidariedade para compreender todos os seres vivos e a natureza em sua plenitude".

                                                               Albert Einstein

 
“Nossas raízes são diferentes, mas a Terra é a mesma”.

                                                               Maria Raymunda Ribeiro



A primeira vez que realmente o meu coração foi tocado e prestei atenção no que era Coexistência foi no Parque Ibirapuera, na Praça da Paz. Era um belo domingo perto da primavera; 10 de setembro de 2006e me chamaram atenção os painéis gigantes que estavam ali expostos.
 
Chocantes! A perplexidade tomou conta
O entusiasmo falou bem alto
A dor de alguns painéis machucou minha alma
A sede de saber mais atingiu meu intelecto
Beleza! Encanto de ver 42 painéis gigantes criados por artistas de várias partes do mundo sobre o tema da Coexistência.
 
Busquei um guardanapo de papel e pedi uma caneta emprestada para anotar esta fala de Isabel Allende:
 

“Eu vejo que, no futuro, as coisas que nós perdemos no passado serão recuperadas. Há uma busca por essas coisas, uma busca por espiritualidade, pela natureza, pelas divindades femininas, pela família e pelos laços humanos. Tudo que foi perdido nessa era industrial. As pessoas precisam desesperadamente disso. Eu não creio que o mundo se destruirá em catástrofe nuclear. Pelo contrário, nós somos capazes de nos salvar, e salvar o planeta e vamos fazer uso desta capacidade”.
Outro encanto foi à frase de Martin Niemoller:
 
“Primeiro, os nazistas vieram buscar os comunistas, mas como eu não era comunista, eu me calei. Depois vieram buscar os judeus, mas como eu não era judeu, eu não protestei. Então, vieram buscar os sindicalistas, mas como eu não era sindicalista, eu me calei. Então eles vieram buscar os católicos e como eu era protestante, eu me calei. Então eles vieram me buscar...Já não restava ninguém para protestar”
Fui embora cheia de imagens, perplexa em querer fazer trabalhos com este tema. Dar a minha contribuição.
 
Coexistência... Busquei no dicionário Co: e.xis.tir (z) v.int.e t.i. Existir simultaneamente. Co-existir. Existir junto com, lado ‘a lado num mesmo mundo.
Trata-se das diferenças, das dificuldades de aceitar o outro, das discriminações e julgamentos de tudo que pode ser uma ameaça para o nosso entendimento. Está intimamente ligado ‘a cultura. Aquilo que “toca” nos nossos valores, crenças, credos, visões de mundo. São as diferenças de raças, cor de pele, religiões, etnias, gênero ou orientação sexual, diferentes pessoas, patologias...diferenças!
 
“Existem hoje mais de três bilhões de pessoas abaixo do nível da pobreza; mais de trinta milhões de refugiados de guerras; vinte e sete diferentes conflitos religiosos; três milhões de mortos em conflitos étnicos”.
Estes dados fazem parte do projeto Coexistência que foi criado e iniciado pelo Museum On The Seam em Jerusalém com a curadoria de Raphie Etgar em maio de 2001. O foco de violência nesta região estava expresso nos muros da cidade velha, ligando os bairros judeus, muçulmanos e cristãos. Site: www.coexistence.art.museum
A principal ação deste projeto é a exposição itinerante Coexistência, utilizando a arte como linguagem universal que fala a todas as religiões, idades e nacionalidades.
 
Raphie Etgar diz:
 
“A Coexistência é mais do que um conceito e mais do que uma idéia bem aceita para a nossa cultura global. Ela envolve mudar as nossas vidas e desafiar a nossa maneira de pensar. A Coexistência não é necessariamente aprender a viver junto, mas talvez aprender a viver lado a lado. Muitos de nós temos esperanças de uma existência pacífica, mas infelizmente todos os dias ainda há violência e terrorismo contra pessoas inocentes em muitos cantos do mundo. As pessoas sensatas deveriam receber a mensagem de coexistência e levá-la em seus corações e mente”.
 
Quando nos deparamos com diferenças, violências, constrangimentos, submissões, hierarquias, choques de cultura, estamos diante da coexistência rude. É necessário criar um diálogo lógico e lúcido que se baseie na não violência para poder transformar a coexistência nas diversidades, com respeito mútuo, para se construir um mundo melhor.
 
Neste sentido não temos como deixar de lembrar que grandes heróis do nosso tempo como Martin Luther King: quando disse que “a liberdade não é concedida, é conquistada” ensinou que as pessoas deveriam lutar por si mesmas, mas com amor e compreensão por aqueles que se lhes opunham. Reconheceu que os nossos inimigos podem ser os nossos maiores mestres.
Luther King aproximou-se de Mahatma Gandhi com exemplos de mudanças bem sucedidas e não violentas. Ambos afirmaram que o duplo desejo por paz e liberdade encontra-se no nível fundamental da natureza humana e que a violência é a sua completa antítese.
 
O desafio gandhiano:
“Nós devemos ser a mudança que desejamos ver no mundo”.
Será que não está na hora de percebermos que somos filhos de duas famílias? A que nos deu origem, com que convivemos diariamente, e a que temos no mundo, o coletivo onde vamos dar a nossa contribuição.
Costumo dizer que quanto mais talento e consciência o indivíduo tem, maior será sua responsabilidade, pois deve devolver o que adquiriu e ganhou.
Trabalhar com o objetivo maior para o coletivo e ao mesmo tempo exercendo a nossa cidadania. Temos que ter amor ‘a democracia. Conviver com as diferenças. Respeitar e aprender com o outro. Ter responsabilidade.
Para a aprendizagem e obtenção do conhecimento temos que ter a humildade de perceber a importância das pessoas, e conhecer seus pontos fortes e fracos, seus limites.
Responsabilidade = resposta + habilidade
Habilidade de responder é um dos princípios do crescimento.
Responsabilidade é diferente de dever. O dever é algo que você faz relutando, é imposto, para cumprir uma tarefa, responder ao esperado. Dever para com os pais, dos filhos, do marido, do trabalho.
 
Quando conseguimos ter a abertura para o diferente, colocando no lugar do outro, tendo compaixão... Respeitando e aprendendo com o outro temos a responsabilidade e a liberdade de escolher como fazer. Não é algo mecânico, condicionado, reativo, mas algo novo, que pressupõe a minha escolha. Osho diz:
”Quanto mais você ama a liberdade, mais estará apto a aceitar responsabilidades”.

No meu mestrado, criei uma regra básica para o ótimo funcionamento do grupo:
1-   Saber ouvir enquanto o outro está se colocando;
2-   Manter o sigilo dos conteúdos apresentados;
3-   Dar a contribuição no processo do outro, sem falar dos problemas pessoais e, sim tentar elaborar o que está sendo apresentado, sem julgamento.
 
Ouvir e dar atenção, apoiar, principalmente nos momentos de mudanças que sabemos que o novo incomoda porem os paradigmas enraizados como verdades; tem que ser modificados.
 
Todo ser humano tem crises e desenvolvimento da sua individualidade e conseqüentemente mudanças de fases. Há esquemas que dividem o caminho humano de vida em períodos regulares de sete, catorze e vinte e um anos e há esquemas que dividem nossas vidas em cinco, sete e nove fases.
 
Nas fusões, da mesma maneira que temos as crises e mudanças das fases individuais, precisamos desenvolver uma atitude flexiva para não “adoecer”.
Todo ser humano empreendedor tem metas / objetivos a serem vivenciados no decorrer da vida. Nas fusões e incorporações estas metas vão ser alteradas, modificadas. É um momento de tensão e estresse. Uma bifurcação no desenvolvimento profissional, da mesma forma que ocorre no desenvolvimento de cada ser humano quando atinge uma etapa de desenvolvimento.
O conceito de Resiliência está presente neste momento de mudanças e das fusões, pois é o lado oculto do estresse.
Resiliência é a capacidade humana universal de superar as adversidades das experiências da vida, de combater com força e determinação os obstáculos, de tirar proveito das dificuldades para crescer, transformar, ir em frente, atingindo objetivos, metas. É aprender com os obstáculos, “sofrimentos” e danos causados por um acontecimento levando a elaboração em outro nível de consciência.
 Lowry e Menendez (s.d.) e Conner (1992) dizem que os resilientes no âmbito profissional detêm algumas destas características:
1-   Ser positivo: exibe um senso de segurança e autoconfiança que é baseada numa visão de vida desafiante, mas cheia de oportunidades;
2-   Ter meta: Ter uma visão clara do que quer obter;
3-   Ser organizado: controla muitas tarefas simultaneamente e as faz com sucesso; reconhece quando pedir ajuda para os outros; planeja cuidadosamente para depois agir;
4-   Empenha-se em mudar e não a se esquivar: sabe quando a mudança é inevitável, necessária ou favorável; usa a criatividade para mudar a situação, improvisa novas abordagens e faz manobras para ganhar vantagem.
 Pulley (1997) diz que existem dez maneiras para aumentar a resiliência no âmbito profissional:
1-   Compreenda que “cargo estável” não existe;
2-   Atualize-se sempre sobre a sua profissão;
3-   Desenvolva um “motivo pessoal” para dar significado ao seu trabalho;
4-   Separe quem você é do que você faz;
5-   Cultive um círculo amplo de relacionamentos pessoais e profissionais;
6-   Seja flexível;
7-   Use a criatividade para “quebrar” a rotina;
8-   Reconheça seu poder de escolha;
9-   Faça decisões e as torne em ações apesar da ambigüidade ou incerteza;
10-       Examine sua relação com o dinheiro.
 
Hoje, algumas empresas se especializaram para prover a integração trabalhando nos estágios do processo de fusão, e a Gestão do Conhecimento pode antecipar este momento tão desafiador. Algumas ferramentas como os Portais Corporativos, Tecnologia Amiga, Iniciativa Positiva são utilizados nos processos das fusões e incorporações.
 
Neste elenco de situações adversas decorrentes de um processo de fusão e incorporação temos que levar em conta dois fatores: de ordem Material / Física e de ordem Humana.
A)   De ordem Material / Física compreende:
 
1-   Local de trabalho. As mudanças físicas e materiais interferem no desempenho de tarefas e precisam ser adaptadas, pois, são modificadas.
2-   Instalações
3-   Horário
4-   Distância
5-   Softwares instalados de uso interno e de uso dos clientes.
Estas mudanças físicas vão trazer prazer e satisfação das mudanças ou não. O novo ser requer um período de adaptação e o ser humano faz suas comparações, mesmo que a nova situação seja mais facilitadora.
B)   De ordem Humana que estão intimamente ligadas a políticas de RH da empresa e a cultura daquele local.
 
RELACIONAMENTOS:
Funcionários x Funcionários novos
Hierarquia / Disciplina
Valorações individuais / grupais - Desenvolvimento e aplicação de políticas específicas focadas nos temas:
 
·         Tratamento / Treinamento para o “visitante” incorporado
·         Abordagem e direcionamento
·         Identificações de potencialidades / aproveitamento
·         Cultura e conhecimentos diferentes.
 
O conteúdo do material didático e pedagógico Coexistência Móvel criado pelo Museum on the Seam, em Jerusalém, traz a mensagem universal sobre a diversidade humana e a aceitação mútua entre povos de diferentes raças e crenças. Este material pode ser utilizado para debates e reflexões sobre o tema da coexistência, auxiliando nos processos de fusões, incorporações nas empresas, escolas, creches, centros, fundações, enfim em todas as instituições públicas e privadas.
 
Ele é composto por 31 cartazes idênticos aos da exposição maior vindo em versão diminuída para o tamanho de 70 por 100 centímetros. Inclui o método educacional desenvolvido pela Universidade de Massachusets – USA que leva cada pessoa a perceber que é parte integrante dos painéis apresentados, que ele pode e deve ser um parceiro no processo de transformação por dois aspectos:
1- Cada participante pode criar e recriar suas artes ‘a partir dos debates e reflexões.
2- A reflexão sobre o tema da coexistência, sobre as diferenças que existem; propicia o obter instrumentos para entender o mundo de forma mais livre e menos preconceituosa; auxiliando neste momento de fusão de culturas diferentes no trabalho, ou em cada lugar onde estiver sendo utilizado.
 
Referindo a arte e este momento tão importante das organizações em fusão podemos citar Jean Granier que diz:
 
“A vida e a arte são duas palavras para qualificar o mesmo ato criador que ordena o Caos, estabiliza o devir, inventa as categorias pelas quais as figuras e as constelações se organizam a partir da verdade-abismo”.
 
Na área empresarial, mais especificamente nos bancos no período de 1995 a 2006 ocorreram 83 fusões / incorporações e aquisições.
Grandes instituições como Bradesco, Itaú, Unibanco, BCN e Santander adquiriram neste período 30 outras instituições que passaram a integrar o conglomerado destas instituições.
Fonte: Bacen
Atualizado: Outubro de 2006
 
As pessoas nas empresas deveriam se comportar de maneira a descobrir alternativas para a geração de riquezas, ‘a partir do que elas sabem. Da mesma forma também conhecer seus limites e dificuldades. Ter uma visão bastante clara das suas competências essenciais e saber que competências outras podem ser agregadas para torná-las ainda melhor.
 
Aprender entrevistar, falar com os estranhos, comunicando com os amigos e os funcionários incorporados. Aprender a ter compaixão e prover a integração.
 
Um talento perdido, dificilmente poderá ser recuperado. Ser humano não é máquina que pode ser substituída e comprada quando quebrada.
 
A coexistência: humana e empresarial devem andar juntas.
 
“Todas as religiões, todas as artes e todas as ciências são o ramo de uma mesma árvore. Todas essas aspirações visam ao enobrecimento da vida humana, elevando-a acima da esfera da existência puramente material e conduzindo o indivíduo para liberdade”.
                                                                             Einstein
 
Maria Raymunda Ribeiro
Psicóloga, Mestre em Psicossomática e Psicologia Hospitalar pela PUC – São Paulo.  Analista junguiana há 32 anos. Consultora na área da saúde e do desenvolvimento. Palestrante. Professora e organizadora de cursos nas universidades: UNIP, PUC, São Judas, Santana, IJBA. Formação em Coach pelo Instituto EcoSocial.
Especializações: Massagem Oriental, Massagem Integrativa, Terapia Psicomotora, Cinesiologia e Quirofonética. Qualificada em MBTI – Meyer and Briggs Type Indicator – SENAC/AMA.
Autora do livro: Prevenção e Saúde do Hipertenso – Vetor editora.
Representante do Projeto Didático e Pedagógico Coexistência Móvel no Brasil de 11 de dezembro de 2006 a 11 de dezembro de 2008.
Hobby: poeta, escultora, pintora.
 
e-mail:rayribeiro11@gmail.com