Questões:
1) O
que é a depressão e como ela pode ser diagnosticada?
A depressão
é um transtorno mental e pode ser classificada em diversas modalidades: leve,
moderada, grave sem sintomas psicóticos, grave com sintomas psicóticos.
O
diagnóstico da depressão requer a
presença de pelo menos cinco sintomas descritos abaixo, por um período de pelo
menos duas semanas: humor triste; marcante perda de interesse ou prazer em
atividades que normalmente são agradáveis; diminuição ou aumento do apetite com
perda ou ganho de peso (5% ou mais do peso corporal, no último mês); insônia ou
hipersônica; agitação ou retardo psicomotor; fadiga ou perda da energia;
sentimentos de desesperança ou culpa excessiva ou inadequada; diminuição da
capacidade de pensar e de se concentrar ou indecisão; pensamentos recorrentes
de morte (sem ser apenas medo de morrer), ideação suicida recorrente sem um
plano específico ou uma tentativa de suicídio ou um plano específico de
suicídio.
2) Quais
fatores favorecem o surgimento da depressão no ambiente de trabalho?
Dentre os fatores de risco inerentes
ao ambiente de trabalho, poderíamos citar:
·
Decepções sucessivas em situações de trabalho
(frustrações),
·
Exigências excessivas de
qualificação/desempenho,
·
“Defesa” permanente do espaço conquistado
dentro da organização,
·
Perda efetiva do lugar que ocupa, do posto de
trabalho no caso de demissão,
·
Assédio moral, violência moral ou tortura psicologia.
3) Como
as empresas podem lidar com esse problema, de modo a ajudar seus funcionários?
Investindo
em Saúde e Qualidade de Vida. É
necessário criar aplicativos voltados para as áreas de saúde e do
desenvolvimento do potencial humano nas organizações e instituições. É
necessário restaurar os quadros reativos dos funcionários afastados e fazer
prevenção. O equilíbrio homeostático e a saúde dos funcionários atingidos devem
ser retomados. Instrumentos de avaliações e intervenções com procedimentos específicos
são utilizados para obter melhoras nos resultados. Palestras educativas com
treinamentos em grupos específicos são capazes de modificar estes
comportamentos e transformar estes quadros.
4) É
possível prevenir essa doença? Como?
A incidência
relativa das doenças mentais é igual em qualquer parte do mundo. Tanto faz você
estar no primeiro ou no terceiro, sua chance de ter algum tipo de distúrbio
mental será um pouco maior que 10%. Dentre tais distúrbios, a depressão é a
principal causa dos problemas de baixa produtividade e tende a tornar-se a
segunda mais cara no ranking de custo das doenças (as doenças do coração vêm em
primeiro lugar). Os outros distúrbios mentais bem “ranqueados” são: dependência
química, desordens bipolares, esquizofrenia e transtorno obsessivo-compulsivo.
Todos nós em
alguma fase da vida poderemos apresentar a depressão. Se buscarmos compreender as fases de
desenvolvimento e aprendermos a lidar com as perdas, poderemos nos sair melhor.
A busca pela saúde do corpo e o desenvolvimento da alma devem ser uma
constante.
5) Há
dados disponíveis de quantas pessoas no Brasil apresentam um quadro de
depressão? E é possível definir quantos deles são devidos a fatores
relacionados ao ambiente de trabalho?
Falar em depressão no trabalho no Brasil,
um país onde algo em torno de 20% das pessoas aptas para trabalhar estão em
regime de “ociosidade compulsória” e entre os que trabalham, metade não tem
carteira assinada, parece aparentemente, um contra-senso.
Na
realidade, é assustador o crescimento dos casos de depressão no ambiente de
trabalho. O fenômeno embora “visível a olho nu” é recente e ainda não dispõe de
referenciais estatísticos confiáveis, mas a maioria dos analistas concorda que
é um dos efeitos colaterais do processo que leva o rótulo globalização. Mais
precisamente, da necessidade de sobreviver em um mercado altamente competitivo
que envolve as empresas em seu ambiente externo e que contamina internamente, o
ambiente de trabalho. Como pano-de-fundo, o desemprego que para os empregados,
é uma ameaça constante que permeia as relações humanas.
6) Quais
os principais sintomas da depressão?
Do ponto de
vista psicopatológico, os quadros depressivos têm como elemento central humor triste. O deprimido parece cansado
e preocupado. Mesmo querendo forçar um sorriso, ele tende a manter os olhos
abertos, mas seu olhar é fixo, triste, melancólico e muitas vezes a testa
franzida. O corpo tende a curvar-se e o cuidado com a aparência é reduzido ou
mesmo deixa de existir. Em depressões agitadas, o indivíduo fica inquieto,
parece aflito, desesperado. O humor triste ou irritável é caracterizado por
sentimentos de angústia, ansiedade, medo, desânimo, insegurança, apatia,
desinteresse ou mesmo sem sentido para as coisas. Os episódios depressivos têm
como idade média de início de 27,4 anos. A freqüência é duas a cinco vezes
maior nas mulheres.
Maria Raymunda Ribeiro – PSICÓLOGA – CRP
06-12091 – Analista junguiana há 32 anos, consultora do desenvolvimento,
especializada na área de restauração física e psíquica. É metodologista,
empresária e palestrante.
Mestre em Psicossomática e Psicologia
Hospitalar pela PUC – São Paulo 2000. Professora e organizadora de diversos
cursos nas universidades: PUC, São Judas, Santana e principalmente na formação
de alunos de 5° ano de Psicologia
Clínica no curso criado por sua autoria: Integração Físio-Psíquica da
Universidade Paulista de Ensino Renovado Objetivo (UNIP). Analista junguiana há
32 anos com trabalhos corporais. Especializações: Massagem Oriental, Massagem
Integrativa, Terapia Psicomotora, Cinesiologia e Quirofonética. Qualificada em
MBTI – Meyer and Briggs Type Indicator – SENAC/AMA. Coach pelo Instituto
EcoSocial.
Autora do livro: Prevenção e Saúde do
Hipertenso – Vetor editora 2003.
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