Era
de Aquário – significa a
possibilidade do ser humano se descobrir, evoluir individualmente e trazer para
o coletivo o conhecimento que deve ser adquirido com a expansão da consciência
de cada um. Estamos na era onde o ser humano busca a religiosidade, que pode
ser através de uma religião ou não. A palavra religião vem do verbo religar,
portanto ligar de novo. Ligar, sim com o cosmo, com a essência maior, com o
universo, com Deus.
Existe o macro cosmo que é o universo e
o micro cosmo que é o homem. Tudo que está fora, também está dentro de nós.
Temos um centro ordenador da nossa
psique = alma, que cientificamente já foi provado pelo cientista Carl Gustav
Jung (1875 – 1961). Ele denominou Self ou
Si-mesmo. Este centro emana uma
fonte inesgotável de força, energia, que todos nós possuímos e recebemos.
Podemos dar diferentes nomes: Self, si-mesmo,
centro ordenador da psique, Deus.
A
manifestação explícita do Self pode encontrar nas mandalas, nos círculos, nas
configurações do redondo, do núcleo, da roda, do movimento circular que origina
a criação, no ovo, na serpente que come a própria calda; o uroborus tão bem
representado o início e o fim.
Como a serpente, o ser humano tem a
possibilidade de trocar de “casca” e retomar novamente a outra vida, levando na
essência de sua alma as experiências anteriores, tendo consciência de quem é,
poderá ampliar cada vez mais o seu desenvolvimento contribuindo para o
progresso do coletivo.
Só quando damos a contribuição para o
coletivo, utilizando a capacidade adquirida e tendo consciência da nossa
responsabilidade, é que realmente somos reconhecidos. Não é o ego (eu
individual), consciência que importa e sim o Self que deve comandar.
Quanto maior a bagagem cultural,
intelectual, conhecimento que um ser humano tem, maior deve ser sua
responsabilidade em devolver ao mundo o que adquiriu.
Para alimentar esse centro ordenador da
nossa alma, tem que estar com o espírito de gratidão, de reverência, de amor
maior, para poder conectar com o cosmo e religar com o divino, sentindo a conexão
como um fio invisível entre nós e o universo.
Existem várias formas de poder alimentar este
Eu Maior, como por exemplo: orando, meditando, cantando mantras, pintando,
fazendo esculturas, ou mesmo quando sentimos reverberar através de exercícios
físicos o que está fora, e o que está dentro de nós. É o alimento para o nosso espírito
que falta para muitas pessoas nem sabem da sua existência, pensam que é pedindo
ao criador que as coisas acontecem.
Desde o início dos tempos, o homem tem
buscado encontrar esta força maior, se apossar dela para poder viver e fazer
maior sentido a sua vida e a toda beleza que reverbera no universo. Mesmo o
mais rude mortal sabe o que é olhar para o sol e ter a admiração desta beleza
contemplativa; ou olhar os animais e querer ter a sua força e esplendor.
Sabemos que vários cultos foram criados
para através deles adquirir o que o humano precisava para impulsionar a sua
vida.
Desde o início dos tempos, o homem tem
feito seus cultos abrangendo todos os seus corpos que constituem seus reinos:
mineral, vegetal, animal e espiritual.
Cultos ‘a grande Mãe Natureza, ao sol,
a lua, a colheita, ao trigo, as flores e ai temos uma infinidade de símbolos
para representar o divino onde quer que o nosso olhar possam alcançar.
Nas antigas civilizações vamos
encontrar vários símbolos de poder nos animais assim representado pelo touro,
cordeiro, águia, elefante, peixes, o coração de um homem que muitas vezes foi
arrancado para que o outro ser humano pudesse se apossar desta força.
Em
cada religião nos dias de hoje podemos ver os nossos antepassados e suas
representações.
Somos seres espirituais, somos diamantes
que precisam ser lapidados para que possamos brilhar como as estrelas no
firmamento.
O homem é o único ser capaz de levar a
transformação do conhecimento e ter um desenvolvimento em termos espirituais. A
linguagem nos diferencia dos outros animais. Através dela podemos alcançar
outro nível de evolução. Existe um caminho da evolução da Natureza e do Homem.
A grande mãe – Natureza se manifesta
incessantemente. Os fatos no coletivo e suas implicações na vida do homem devem
ser vistos.
“Nada acontece por acaso!" Esta frase
está hoje muito presente. Cada ato do ser humano tem hoje uma repercussão no
coletivo, portanto cada ser é um ente de transformações, responsável não apenas
pelo que faz, mas também como contribui ou atrapalha o que está acontecendo no
coletivo.
Desde Rudolf Steiner, (1861 – 1925)
sabemos que o ser humano é composto por quatro corpos: físico, etéreo, astral,
espiritual - Eu. Na escala da evolução temos o corpo físico representado por
uma pedra, o etéreo pelas plantas, o astral pelos animais e o espiritual – Eu
pelo homem.
Todos estes corpos devem estar
alinhados e desta forma possuímos a Saúde. O processo de homeostase está
presente organizando. È um presente que recebemos e se soubermos manter o
equilíbrio, teremos desenvolvimento, saúde, bem estar.
O ser humano nasceu para ser saudável,
porem nos pontos de bifurcação que acontecem em várias fases da vida, podemos
adoecer. Os problemas de saúde, com seus sintomas nada mais são do que a
possibilidade de sabermos o que está errado conosco, o que preciso aprender,
para poder evoluir. Todo o sintoma tem suas causas e conseqüências. É
necessário buscar estes esclarecimentos para nos curarmos e poder evoluir.
Para ser curado, o indivíduo precisa
querer. Ele é quem deve procurar o terapeuta, para que o curador do outro em
conecção com o seu centro de cura possa ser ativado. Este é o primeiro ponto a
ser considerado.
Quem vai ajudá-lo? Pode ser um terapeuta que nada mais é do que
um ser que já passou pelo processo de análise, se conhece interiormente, teve
suas doenças, conseguiu a cura. É um “faxineiro da alma”. Como um pajé.
Terapeuta significa ser servidor. Ele
vai ser o intermediário neste processo de cura que o outro faz. Vai ajudar o
paciente a conectar novamente com o seu centro de força. Vai desobstruir os
canais de comunicação entre o Ego e o Self. Entre consciente e Inconsciente.
Ele é uma ferramenta que junto com o
paciente vai abrir a “estrada da individuação” para que o paciente torne aquilo
que ele é em potencial.
Individuação é um termo de Jung.
Individuação significa que somos indivíduos, indivisíveis, únicos. Cada ser
humano tem seus dons e precisamos descobrir a nossa missão, para que a vida
tenha sentido.
Necessitamos perceber que existe a lei do
livre arbitro, que podemos e devemos fazer escolhas para tornarmos independentes
nos relacionamentos.
O paciente precisa descobrir que é um
ser resiliente. Que ao descobrirmos nossa “sombra” e a dos outros também, poderemos
então entrar no nosso caminho verdadeiro, sem culpas, ressentimentos, mágoas,
medos.
Quando estivermos conectados com a
força maior tudo flui. Somos então criativos em todas as áreas da vida.
Aprendemos que o conhecimento é inesgotável. Que a nossa contribuição é para o
coletivo.
Nesta era de aquário o homem tem a
possibilidade de conhecer realmente a realidade que sempre existiu e ele não
havia visto ainda.
Teremos a possibilidade de descobrir
que somos seres divinos.
Fazemos parte do coletivo, nascemos
numa família menor que são nossos pais e antepassados, mas fazemos parte de uma
família maior, mais ampla que é o Cosmo, o mundo, o universo.
Era de aquário, a nova era já está ai,
onde estão ocorrendo transformações em diferentes níveis e escalas. A evolução na natureza e no homem.
Maria Raymunda Ribeiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário