sábado, 11 de outubro de 2014

Era de Aquário e o Homem


         Era de Aquáriosignifica a possibilidade do ser humano se descobrir, evoluir individualmente e trazer para o coletivo o conhecimento que deve ser adquirido com a expansão da consciência de cada um. Estamos na era onde o ser humano busca a religiosidade, que pode ser através de uma religião ou não. A palavra religião vem do verbo religar, portanto ligar de novo. Ligar, sim com o cosmo, com a essência maior, com o universo, com Deus.
         Existe o macro cosmo que é o universo e o micro cosmo que é o homem. Tudo que está fora, também está dentro de nós.
         Temos um centro ordenador da nossa psique = alma, que cientificamente já foi provado pelo cientista Carl Gustav Jung (1875 – 1961). Ele denominou Self ou Si-mesmo. Este centro emana uma fonte inesgotável de força, energia, que todos nós possuímos e recebemos.
          Podemos dar diferentes nomes: Self, si-mesmo, centro ordenador da psique, Deus.
          A manifestação explícita do Self pode encontrar nas mandalas, nos círculos, nas configurações do redondo, do núcleo, da roda, do movimento circular que origina a criação, no ovo, na serpente que come a própria calda; o uroborus tão bem representado o início e o fim.
          Como a serpente, o ser humano tem a possibilidade de trocar de “casca” e retomar novamente a outra vida, levando na essência de sua alma as experiências anteriores, tendo consciência de quem é, poderá ampliar cada vez mais o seu desenvolvimento contribuindo para o progresso do coletivo.
         Só quando damos a contribuição para o coletivo, utilizando a capacidade adquirida e tendo consciência da nossa responsabilidade, é que realmente somos reconhecidos. Não é o ego (eu individual), consciência que importa e sim o Self que deve comandar.
         Quanto maior a bagagem cultural, intelectual, conhecimento que um ser humano tem, maior deve ser sua responsabilidade em devolver ao mundo o que adquiriu.
         Para alimentar esse centro ordenador da nossa alma, tem que estar com o espírito de gratidão, de reverência, de amor maior, para poder conectar com o cosmo e religar com o divino, sentindo a conexão como um fio invisível entre nós e o universo.
          Existem várias formas de poder alimentar este Eu Maior, como por exemplo: orando, meditando, cantando mantras, pintando, fazendo esculturas, ou mesmo quando sentimos reverberar através de exercícios físicos o que está fora, e o que está dentro de nós. É o alimento para o nosso espírito que falta para muitas pessoas nem sabem da sua existência, pensam que é pedindo ao criador que as coisas acontecem.  
         Desde o início dos tempos, o homem tem buscado encontrar esta força maior, se apossar dela para poder viver e fazer maior sentido a sua vida e a toda beleza que reverbera no universo. Mesmo o mais rude mortal sabe o que é olhar para o sol e ter a admiração desta beleza contemplativa; ou olhar os animais e querer ter a sua força e esplendor.
         Sabemos que vários cultos foram criados para através deles adquirir o que o humano precisava para impulsionar a sua vida.
         Desde o início dos tempos, o homem tem feito seus cultos abrangendo todos os seus corpos que constituem seus reinos: mineral, vegetal, animal e espiritual.
         Cultos ‘a grande Mãe Natureza, ao sol, a lua, a colheita, ao trigo, as flores e ai temos uma infinidade de símbolos para representar o divino onde quer que o nosso olhar possam alcançar.
         Nas antigas civilizações vamos encontrar vários símbolos de poder nos animais assim representado pelo touro, cordeiro, águia, elefante, peixes, o coração de um homem que muitas vezes foi arrancado para que o outro ser humano pudesse se apossar desta força.
         Em cada religião nos dias de hoje podemos ver os nossos antepassados e suas representações.
         Somos seres espirituais, somos diamantes que precisam ser lapidados para que possamos brilhar como as estrelas no firmamento.
         O homem é o único ser capaz de levar a transformação do conhecimento e ter um desenvolvimento em termos espirituais. A linguagem nos diferencia dos outros animais. Através dela podemos alcançar outro nível de evolução. Existe um caminho da evolução da Natureza e do Homem.
         A grande mãe – Natureza se manifesta incessantemente. Os fatos no coletivo e suas implicações na vida do homem devem ser vistos.
          “Nada acontece por acaso!" Esta frase está hoje muito presente. Cada ato do ser humano tem hoje uma repercussão no coletivo, portanto cada ser é um ente de transformações, responsável não apenas pelo que faz, mas também como contribui ou atrapalha o que está acontecendo no coletivo.
         Desde Rudolf Steiner, (1861 – 1925) sabemos que o ser humano é composto por quatro corpos: físico, etéreo, astral, espiritual - Eu. Na escala da evolução temos o corpo físico representado por uma pedra, o etéreo pelas plantas, o astral pelos animais e o espiritual – Eu pelo homem. 
         Todos estes corpos devem estar alinhados e desta forma possuímos a Saúde. O processo de homeostase está presente organizando. È um presente que recebemos e se soubermos manter o equilíbrio, teremos desenvolvimento, saúde, bem estar.
         O ser humano nasceu para ser saudável, porem nos pontos de bifurcação que acontecem em várias fases da vida, podemos adoecer. Os problemas de saúde, com seus sintomas nada mais são do que a possibilidade de sabermos o que está errado conosco, o que preciso aprender, para poder evoluir. Todo o sintoma tem suas causas e conseqüências. É necessário buscar estes esclarecimentos para nos curarmos e poder evoluir.
         Para ser curado, o indivíduo precisa querer. Ele é quem deve procurar o terapeuta, para que o curador do outro em conecção com o seu centro de cura possa ser ativado. Este é o primeiro ponto a ser considerado.
         Quem vai ajudá-lo?  Pode ser um terapeuta que nada mais é do que um ser que já passou pelo processo de análise, se conhece interiormente, teve suas doenças, conseguiu a cura. É um “faxineiro da alma”. Como um pajé.
         Terapeuta significa ser servidor. Ele vai ser o intermediário neste processo de cura que o outro faz. Vai ajudar o paciente a conectar novamente com o seu centro de força. Vai desobstruir os canais de comunicação entre o Ego e o Self. Entre consciente e Inconsciente.
         Ele é uma ferramenta que junto com o paciente vai abrir a “estrada da individuação” para que o paciente torne aquilo que ele é em potencial.
         Individuação é um termo de Jung. Individuação significa que somos indivíduos, indivisíveis, únicos. Cada ser humano tem seus dons e precisamos descobrir a nossa missão, para que a vida tenha sentido.
        Necessitamos perceber que existe a lei do livre arbitro, que podemos e devemos fazer escolhas para tornarmos independentes nos relacionamentos. 
         O paciente precisa descobrir que é um ser resiliente. Que ao descobrirmos nossa “sombra” e a dos outros também, poderemos então entrar no nosso caminho verdadeiro, sem culpas, ressentimentos, mágoas, medos.
         Quando estivermos conectados com a força maior tudo flui. Somos então criativos em todas as áreas da vida. Aprendemos que o conhecimento é inesgotável. Que a nossa contribuição é para o coletivo.
         Nesta era de aquário o homem tem a possibilidade de conhecer realmente a realidade que sempre existiu e ele não havia visto ainda.
         Teremos a possibilidade de descobrir que somos seres divinos.
         Fazemos parte do coletivo, nascemos numa família menor que são nossos pais e antepassados, mas fazemos parte de uma família maior, mais ampla que é o Cosmo, o mundo, o universo.
         Era de aquário, a nova era já está ai, onde estão ocorrendo transformações em diferentes níveis e escalas. A evolução na natureza e no homem.
                                                                                    
                                                                                                                    

                                                                                  Maria Raymunda Ribeiro

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